domingo, 10 de março de 2013

A dupla de dois- texto teatral



A dupla de dois - Texto teatral

(Em uma saleta de estudos, tendo ao centro uma escrivaninha cheia de papéis, canetas lapiseiras e principalmente livros esparramados - encontram-se dois irmãos Zico e Zeca preparando um trabalho escolar)

Zeca : ( Falando a si mesmo) Essa tal de Graciliano Ramos é um porreta mesmo!

Zico : (Levantando a cabeça, estava lendo um outro exemplar) Ele é como uma miragem em pleno deserto, é capaz de enxergar em meio a uma tempestade de areia...

Zeca : Sai pra lá CDF! Eu estou abominando o cara e você fica elogiando... Virou puxa-saco de escritor agora?

Zico : Comentário de muita profundidade é esse...

Zeca : De no mínimo 20 metros de profundidade... (ri com a sua própria piada)

Zico : Isso demonstra que você nunca leu Graciliano Ramos...

Zeca : E nem vou ler, esqueceu que a biografia do homem ficou para o Bebeto? Imagine se eu vou perder tempo de ler a vida do cara, só a obra vidas secas já tá me dando sede!!!

Zico : Não estou falando da biografia dele, eu estou querendo dizer que você nunca leu as obras dele! Oh! Você é inteligente! Pra burro só falta pena mesmo!!!

Zeca : Você é um mocorongo mesmo, não sabe que burro não tem pena!!!

Zico : Ótimo , então não falta nada ( cai na risada) (Zeca começa a correr atrás do Zico querendo chutá-lo e acaba errando o golpe e acerta a perna da escrivaninha.)

Zeca : Tá vendo seu desgraçado no que deu a sua brincadeira? Machuquei a perna (já com os olhos cheios de lágrimas)

Zico : Qual? A sua ou a da escrivaninha?

Zeca : Lógico que é minha!!!

Zico : Não parece, a pobrezinha gemeu de dor quando foi agredida, e você não!!!

Zeca : Se for para continuar com essa gozação, não precisa mais ajudar no trabalho, é melhor sair!

Zico : Estou tão preocupado que vou chorar por mil anos a perda dessa oportunidade...

Zeca : (abriu a porta e apontou a saída) Saia! Fora!!! Já!!!!

Zico : Tchau meu querido irmão... Sabe você é tão inteligente que espanta até os burros ( sai correndo antes de ser pego pelo tapa desferido pelo irmão).
(Santiago Derin)

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